Biópsia de vilo corial

Biópsia de vilo corial
A biópsia do vilo corial é um exame invasivo, assim como a amniocentese, e também é bastante preciso para diagnosticar anormalidades cromossômicas como a síndrome de Down. Ele é feito pela análise de uma amostra de uma parte da placenta. Sua maior vantagem sobre a amniocentese é o fato de poder ser realizado mais cedo — entre a 10ª e a 12ª semana de gravidez. Já a amniocentese costuma ser realizada após a 14 semana de gravidez.
Submetem-se à biópsia do vilo corial mulheres que já tiveram um filho com problemas congênitos, ou que possuem histórico de doenças genéticas na família e querem saber o quanto antes se o bebê foi afetado.
O risco de abortamento é ligeiramente maior depois de uma biópsia de vilo corial (entre 0,5 e 1%) que depois de uma amniocentese (entre 0,25 e 0,5%).
Em alguns casos, a biópsia de vilo corial pode revelar uma anormalidade, o mosaicismo, que na verdade não está presente no bebê, apenas na placenta. Se você receber esse diagnóstico, o médico vai discutir a possibilidade de você passar por uma amniocentese para confirmar o resultado.

Se os riscos da biópsia de vilo corial e da amniocentese são mais ou menos iguais, por que as pessoas não fazem só a biópsia de vilo corial, que pode ser realizada antes?
Os motivos para não fazer a biópsia do vilo corial podem ser o diagnóstico tardio da gravidez, quando não dá mais tempo de realizá-la, ou se a mulher já teve abortos espontâneos no primeiro trimestre da gravidez e não quer correr o risco. E, apesar de tanto a amniocentese quanto a biópsia de vilo corial detectarem anormalidades cromossômicas, a amniocentese também diagnostica a espinha bífida, um problema no fechamento do tubo neural do bebê, e a biópsia do vilo corial não.

A decisão sobre que tipo de exame pré-natal fazer é muito pessoal. Você e seu companheiro podem preferir fazer a biópsia de vilo corial se têm algum motivo para achar que há algo errado com o bebê, e quiserem saber o quanto antes. Por outro lado, se seu único motivo de preocupação é sua idade, você pode esperar para fazer a amniocentese, reduzindo o risco de aborto. Outra opção é esperar a realização dos exames de ultrassom, como a translucência nucal, para ver se os médicos identificam algum sinal de anormalidade, e então decidir o que fazer sobre os exames invasivos. De qualquer maneira, uma boa conversa com o obstetra que acompanha sua gravidez será sempre esclarecedora.

Como a biópsia do vilo corial é realizada?
O material para a biópsia é retirado com uma agulha, pela barriga, ou pela vagina, dependendo da posição da placenta ou até da preferência do especialista. Você será submetida a um ultrassom para determinar a posição da placenta, e talvez o médico lhe peça para encher a bexiga, tomando bastante líquido. No caso de punção transabdominal, pela barriga, o médico pode aplicar uma anestesia local antes de inserir a agulha.
Com a ajuda das imagens do ultrassom, o médico extrai com a agulha um fragmento dos vilos coriais (também chamados de vilosidades coriônicas), pequenas projeções da placenta. As células da placenta têm as mesmas informações genéticas das do bebê, por isso podem ser analisadas para determinar eventuais anormalidades. O sexo do bebê também é revelado pelo resultado, e é possível fazer até um exame de paternidade por DNA, assim como na amniocentese.

A biópsia do vilo corial dói?
Para algumas mulheres, o procedimento é desconfortável; para outras, ele dói. A vantagem é que é relativamente rápido. Do começo ao fim, o exame leva menos de meia hora, e a retirada da amostra não demora mais que alguns minutos. Quando a biópsia do vilo corial é feita pela vagina, a sensação pode ser comparável à de um papanicolau. No caso de a punção ser feita pela barriga, a área pode ficar dolorida depois.

O que acontece depois do exame?
Passar por um exame invasivo como a biópsia do vilo corial ou a amniocentese pode deixá-la esgotada, tanto em termos físicos quanto emocionais. Você será orientada a fazer repouso depois do exame, por pelo menos 24 horas. Aproveite o resto do dia para tentar relaxar e descansar. Por três dias você não poderá fazer exercícios físicos nem manter relações sexuais. Talvez você tenha algum pequeno sangramento vaginal e um pouco de cólica nas primeiras 24 horas após o exame. Se você notar a perda de um líquido claro pela vagina, fale imediatamente com o médico.
Os resultados costumam demorar até 15 dias, e é bem difícil segurar a ansiedade nesse período. Também existe a possibilidade de o laboratório entregar resultados preliminares em menos tempo, em até três dias, com o emprego de técnicas moleculares de análise do material.